Código
RC256
Área Técnica
Trauma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Santa Casa de Campo Grande-MS
Autores
- VINICIUS NONATO DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- POLLIANA ALVARENGA RODRIGUES (Interesse Comercial: NÃO)
- GUILHERME GUIMARÃES OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
LESÃO TRAUMÁTICA DA VIA ÓPTICA COM DISCO DE CORTE.
Objetivo
Relatar um caso de trauma penetrante orbital com disco de corte ocasionando lesão indireta do II, III, e IV pares craniano.
Relato do Caso
Paciente L. P. B., masculino, 26 anos, proveniente de Campo Grande (MS), deu entrada na Santa Casa de Campo Grande, vítima de acidente de trabalho com disco de corte em órbita esquerda. Consciente e orientado, ECG 15, com presença de estilhaço de disco de corte cravado em região medial de órbita esquerda. Acuidade visual: SPL. Pupila de OE em midríase fixa. Ptose palpebral de OE e movimentação ocular ausente. Fundoscopia: vítreo claro, retina aplicada, NO com aspecto e coloração normal, discretas hemorragias em chama de vela em região de arcada vascular ínfero-nasal. Ao exame de TC: corpo estranho metálico em região medial da órbita esquerda com fratura do rebordo orbitário esquerdo, fratura do seio maxilar e do assoalho de órbita, NO sem alteração, sem sinais de avulsão. Globo ocular íntegro. O mesmo foi direcionado para centro cirúrgico com abordagem Oftalmológica e Bucomaxilofacial para remoção do corpo estranho, osteossíntese da parede anterior do seio maxilar e do rebordo infraorbitário esquerdo, bem como descompressão cirúrgica de nervo óptico por remoção de espículas ósseas, onde verificou-se que o mesmo mantinha-se preservado. Durante o seguimento paciente obteve remissão da ptose palpebral bem como normalização dos movimentos oculares, porém persistindo com ACV: SPL.
Conclusão
Embora exista um grande numero de traumas cranianos que envolvem a região frontal e a orbita, as lesões oculares são felizmente relativamente raras. Isto se deve em detrimento da proteção conferida pela estrutura óssea e da relativa mobilidade do globo ocular. Geralmente a perda visual é imediata, e quando tende a melhora, esta se dá entre o 3° e 4° dia pós trauma. No caso relatado acredita-se que o mecanismo de lesão do nervo óptico fora ocasionado por meio de transferência de energia devido ao alto impacto do trauma facial, favorecendo assim estiramento vascular e trombose de vasos que possam nutrir o nervo óptico.
ANVISA: 25352012367201880