Código
RC218
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal do Ceará (UFC)
Autores
- LORENA MARIA ARAUJO GOMES (Interesse Comercial: NÃO)
- NAYARA QUEIROZ CARDOSO PINTO (Interesse Comercial: NÃO)
- FRANCISCO VALTER JUSTA FREITAS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
GANCICLOVIR INTRAVITREO PARA RETINITE POR CITOMEGALOVIRUS EM PACIENTE TRANSPLANTADA
Objetivo
Relatar um caso de uso de Ganciclovir intravítreo em paciente com não resposta e efeito colateral ao Ganciclovir endovenoso.
Relato do Caso
Paciente M.J.S, feminina, 45 anos, transplantada renal secundária à nefropatia por IgA, foi encaminhada ao serviço de Oftalmologia do Hospital Universitário Walter Cantídio em novembro de 2016 com queixa de baixa visual há 1 mês no olho direito e uso endovenoso de Ganciclovir, em dose de ataque, corrigida pelo seu clearence de creatinina há 2 semanas. Ao exame, apresentava acuidade visual corrigida de 20/60 no olho direito (OD) e 20/20 no olho esquerdo (OE), biomicroscopia: precipitados ceráticos finos e reação de câmara anterior (RCA) de 1+, fácica no OD e sem alterações no OE. Pressão intra-ocular normal em ambos os olhos e fundoscopia: nervo óptico borrado, lesão retiniana esbranquiçada de limites imprecisos e com hemorragias retinianas próximo à arcada temporal inferior no OD (Figura 1) e sem alterações no OE. A Tomografia de coerência óptica (OCT) da mácula demonstrou atenuação da depressão foveal e aumento da espessura retiniana com a presença de pequenos espaços hiporrefletivos no OD (Figura 2). Foi mantido a dose de ataque de Ganciclovir endovenoso e a paciente foi reavaliada com 15 dias, porém a lesão permaneceu com sinais de atividade e a paciente iniciou quadro de leucopenia persistente. Então, foi suspendo o Ganciclovir endovenoso e realizadas 2 injeções intravitreas de Ganciclovir na dose de 2mg/0,05 ml com intervalo de 15 dias. Após 15 dias da última aplicação, ela apresentou acuidade visual corrigida de 20/25, sem RCA, nervo óptico com bordas definidos e lesão retiniana de bordas regulares com aspecto cicatricial e sem hemorragias no OD (Figura 3). O OCT de mácula demonstrou depressão foveal fisiológica e ausência de espaços hiporrefletivos (Figura 4). Após 3 meses da injeção intravitrea, permanece sem sinais de recidiva.
Conclusão
O Ganciclovir intravítreo é uma boa alternativa terapêutica em casos de não resposta ao tratamento endovenoso ou na presença de efeito colateral à medicação sistêmica.