Código: P97
Área Técnica: Visão Subnormal
INFLUENCIA DA DEFICIENCIA VISUAL NA QUALIDADE DE VIDA AUTORRELATADA DE ADULTOS
Avaliar a influência da deficiência visual na qualidade de vida autorrelatada em indivíduos adultos da população de baixa renda de dois municípios de Pernambuco
Estudo transversal, descritivo com componente analítico em indivíduos adultos, da população de baixa renda, atendidos no projeto Sight First. Este projeto foi desenvolvido pela Fundação Altino Ventura nos municípios de Agrestina e Recife, no período de 6 a 9 de abril de 2015 e 27 de abril a 4 de maio de 2015, respectivamente. Todos os 1.902 participantes que compareceram ao projeto foram submetidos à triagem visual (medida da acuidade visual, tonometria de aplanação e auto-refração sob cicloplegia). Aqueles com deficiência visual, considerando a melhor acuidade visual, no melhor olho <20/60, foram submetidos a exame oftalmológico completo (53,3%) e 16,6% foram examinados por especialistas em baixa visão. Os casos com baixa visão (<20/60 e ≥ 20/400) ou cegueira (<20/400), responderam a questionário psicossocial e de QV auto-relatado utilizando o WHOQOL-BREF. As variáveis analisadas incluíram dados sócio-demográficos, clínicos e os escores dos domínios do WHOQOL-BREF
Foram incluídos neste estudo 51 indivíduos com média de idade e desvio padrão de 63,4 ± 18,7 anos (variando de 17 a 90 anos), sendo mais frequente o gênero feminino (n=38; 74,5%). Os principais diagnósticos clínicos encontrados foram: catarata (n=34; 66,7%), glaucoma (n=13; 25,5%) e retinopatia diabética (n=7; 13,7%). A deficiência visual mostrou impacto em todos os domínios: físico (média de 48,96 ± 20,94), psicológico (média de 59,09 ± 21,63), nas relações sociais (média de 59,48 ± 21,20) e no meio ambiente (média de 55,45 ± 18,03). Pacientes do gênero masculino se auto-avaliaram como tendo uma qualidade de vida mais satisfatória
A deficiência visual mostrou influência negativa na qualidade de vida da amostra estudada sob diversos domínios, especialmente no físico. Homens apresentaram maior satisfação com relação à qualidade de vida quando comparados às mulheres